11 março, 2009

««Olhar de mulher««


Quem sente a morte, quem a sente assim
Como abismo vivido de um sonho adiado
Num olhar de mulher o reflexo deixado
Por pedaços de névoa envoltos em cetim

Repara nesse olhar escancarado
Retalhado com espada de marfim
Preso a um futuro quase sempre parado
Desespera nessa espera que não tem fim

Uma dor que transcende o sentido
De menina sem destino marcado
Porque à nascença no choro o apagou

Se sabes entender esses gemidos
De ais abafados do mundo escondidos
sorri, mostra-lhe o trilho que lá longe deixou

1 comentário:

Anónimo disse...

"Uma dor que transcende o sentido
De menina sem destino marcado
Porque à nascença no choro o apagou"

Muito belo!

Um abraço