11 março, 2009

««Desnudas-me em vestes de mar««


Desnudas-me em vestes de mar
Nos abismos transfigurados do ser
Esqueço os medos, vivo os anseios de mulher
Deleito-me por fim nesse desnudar

Marés vivas de frases por dizer
Quando me olhas, transborda nesse olhar
Espuma sem sentido que teimas em não ver
De desejos oprimidos que julgas renegar

Enleias-me em sonhos de enfeitiçar
Afastas-me de mim na sede a saciar
Num germinar de desejos tragados

Num deserto que teimo em desbravar
Transportas-me em barcos a naufragar
Em tempos de prazeres inacabados

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