31 dezembro, 2008
««Feliz 2009««
2008 ao fim chegou
2009 está a espreitar
Que conquiste tudo o que sonhou
Tudo aquilo que em 2008 não alcançou
É o que neste dia tenho para lhe ofertar
Desejo a todos os que passaram por aqui um feliz ano novo, cheio de saúde e esperança no futuro
um bem-haja e que Deus ou outra forma espiritual em que acreditem esteja sempre presente em vossas vidas , beijinhos e umas boas entradas.
28 dezembro, 2008
««Toque suave«
«« Esta noite meu amor««
Esta noite quero dizer como te amo
Rimas de poesia no teu corpo quero escrever
Um desenrolar de palavras, sílabas e virgulas
Um poema novo prestes a nascer
No teu corpo quero ler
Esta noite quero te ter, como se fosse a derradeira
Quero sentir-te estremecer qual borboleta a voar
No céu azul, numa clareira
Melodias sem fim quero cantar
Quero-te sentir vibrar, quem sabe chorar
Porque esta noite meu amor
Nos teus braços quero descansar
26 dezembro, 2008
«« Ausências««
De ausências a vida se escreve
A principal é a incerteza
Se gostam de nós, nem que seja ao de leve
Como leve é a bruma da humana natureza
De ausência se escreve um poema
Ausência de rima, de realeza
Mas a demência da escrita é tão breve
Que voa depois de nós, tal a leveza
Nesta ausência fica-nos a certeza
Quando deste mundo partir-mos
Viramos pó, que estranheza
Nesse dia um grito de pobreza
No choro de quem ficou
De quem nos esqueceu um dia
E só agora se lembrou.
Antónia Ruivo
25 dezembro, 2008
««Manhã de Natal««
Recados, Gifs e Imagens no Glimboo.com
Esta manhã esqueci como se escreve palavras bonitas
Esqueci os sabores, os odores, e até os sons
Das crianças brincando, cantando alegres cantigas
De uma paleta de cores esqueci os tons
Acordei apalermada, destrambelhada, de alma travada
Olhei para o lado e nada vi, aí pensei que morri
Deve ser o rescaldo da consoada
De querer chorar, mas sorri, fingi, fingi por ti
Senti despeito , senti, senti enfim
Por nada ver, nada ter dentro de mim
A não ser os sonhos com que nasci
Manhã de Natal, acordei assim
Pasmada de vida, meio ressentida
Olhei em redor, e vi uma luz, ou seria uma sombra de fugida
20 dezembro, 2008
««Feliz Natal««
Luzinhas a saltitar
Pirilampos de luz e cor
O Pai Natal a sonhar
Que no mundo já não há dor
Este sonho eu vou transpor
Para um mundo de magia
Com muita paz e amor
Muito riso, muita alegria
Até um simples bom-dia
Eu posso encher de luz
Lembrando Jesus que sorria
Estando pregado na cruz
Minha prece se traduz
Num presente requintado
Um pacote de paz e luz
Para um mundo conturbado
18 dezembro, 2008
««Ausência««
Quando o amor
Trás com ele a ausência
Faz-nos perder a paciência
Tira-nos do sério
Perde a graça o mistério
Ficamos presos na saliência
Entre a realidade e o critério
Pior quando o amor é caso sério
Ficamos pasmados, meio desengonçados
Arreliados, ás vezes irados
Porque o amor
Esse ser abrasador
Arde com acendalhas de pavor
Pavor de não agradar
De deixar de gostar
De desapontar, porque não
Nestas coisas do coração
Tudo acaba em transfiguração
Basta o outro nos olhar
Com olhinhos a saltitar
E quase choramos de emoção
Digam lá
Se tenho ou não razão.
16 dezembro, 2008
«« Foi assim no Natal de 2007««
De manhã ao acordar
Ao olhar pela janela
Vi duendes a cantar
Uma melodia tão bela
Vi estrelinhas a brilhar
Bem no alto do pinheiro
Vi anjos a preparar
O primeiro de Janeiro
Vi crianças a brincar
Ausentes de tudo o mais
Vi o mundo a despertar
Do mais belo dos Natais
Ao Pai Natal acabei de encomendar
Um saco de alegria
Para aos meus amigos dar
Um pouco de fantasia..
«« Vidas««
Vidas retalhadas, desnudadas
Com as vísceras dilaceradas
Pela essência da demência
Pelas horas trocadas
Os minutos, os segundos
Encalhados num oceano profundo
Vidas encalhadas
À espera de não sei o quê
Que haja hora, que seja agora
Este mês, ou talvez para o ano
Vidas de desengano
Num mundo tirano
Criado por nós, por nossos avós
Que inventamos
Que quando amamos
Jamais estamos sós.
14 dezembro, 2008
«« Não perguntes porque te amo««
Recados, Gifs e Imagens no Glimboo.com
Não perguntes porque te amo
Não olhes para mim assim
Como se quisesses arrancar
Algum pedaço de mim
Não me perguntes porque te amo
Ao amor nada se exige
Ama-se apenas
Como se nada mais existisse
Como se o mundo ruísse
E o paraíso subsistisse
Não, não perguntes porque te amo
Amei-te assim que te vi
Numa longínqua manhã
Renasci, aprendi a gostar
O significado do verbo amar
Contigo aprendi.
12 dezembro, 2008
««Mesmo louca escreverei««
Escrevo e rescrevo
Escrevo sem parar
Como se de mim me quisesse afastar
Está doida dirão
Estou louca, direi
Mesmo louca escreverei
Escrevo pró meu amor
Escrevo do meu amor
Da minha dor , de sangue, de cor
Escrevo com pavor
Da noite fria, escura como breu
Sem ter nada de meu
E depois
Tenho tanto que escrever
Assim alguém me queira ler
11 dezembro, 2008
«« Manuel de Oliveira««
10 dezembro, 2008
««O som do silêncio««
07 dezembro, 2008
««Poeta««
Uma cadeira, uma folha de papel
A rima que não chega
Para escrever a granel
Jorram palavras soltas
Em sílabas de imaginação
Depois de tantas voltas
O verso não sai, frustração
Imagina-se a composição
Quadras soltas, a solução
De repente em turbilhão
Nasce um verso atrás do outro
Acelera a respiração
O poeta ficou louco
Noite fora meio trôpego
O poeta vai escrevendo
Versos de raiva, de amor
De dor ou paixão
E em cada palavra escrita
Vai deixando o coração
««Amigos fieis««
Esvaziei-me de tudo
Principalmente de mim
Esvaziei-me
Do crer, do fazer, do sentir
Ao ficar assim vazia
Virei uma marioneta
Sem vontade sem hora certa
Afinal o que me resta
Uma folha de papel
E uma caneta meio gasta
Virei uma marioneta
Sem vontade sem hora certa
Afinal o que me resta
Uma folha de papel
E uma caneta meio gasta
São meus amigos fieis
Umas vezes são meigos
Outras são tão cruéis
Umas vezes são meigos
Outras são tão cruéis
Esvaziei-me da dor
Esvaziei-me do rancor
Da culpa, da nostalgia
Esvaziei-me de amor
E até da alegria
Esvaziei-me do rancor
Da culpa, da nostalgia
Esvaziei-me de amor
E até da alegria
Assim terminei o dia
A noite está a chegar
A uma folha de papel
Minhas mágoas vou contar.
A noite está a chegar
A uma folha de papel
Minhas mágoas vou contar.
06 dezembro, 2008
««Uma forma de amar««
Olho-te
És a luz na minha vida
Uma vida meio tingida
De cores pálidas, pardacentas
Encontro-te
Em vida de mil tormentas
Entre sombras que afugentas
Numa fonte de água fria
Cristalina, luzidia
Onde a sede se sacia
Quero-te
Num crer profundo e puro
Que eu te digo, eu te juro
Pode não haver futuro
O tempo pode parar
Que nunca deixarei de te amar.
02 dezembro, 2008
««Sonho««
Um dia sonhei
Divaguei
Ou simplesmente imaginei
Que caminhava na lua
Que seria tua
De alma nua
Dei-me sem pudor
Sem nada impor, esquecendo a dor
E dancei na rua
A dança do amor
Deste-me uma flor
De um perfume intenso
Com algum bom-senso
Foi o teu amor
Neste mar imenso
Quando adormeço
Já quase amanhece
Tudo se esquece
E num recomeço
O sonho acontece ………………. Nova versão Dezembro de 2008
««De que falam os teus olhos««
28 novembro, 2008
««Ideia louca««
Na loucura das ideias
Um dia fiquei a pensar
Neste país de colmeias
Já todos querem voar
Obreiras a trabalhar
Ao compasso da nação
Rainhas só a mandar
Mas que grande confusão
Ao compasso da nação
Rainhas só a mandar
Mas que grande confusão
Até o grande zangão
Se dá ares de senhor
Saltita de flor em flor
Como que andando em vigia
Se dá ares de senhor
Saltita de flor em flor
Como que andando em vigia
Nesta terra de doutores
Tanta falta que fazia
Um grande zangão pastor
Que soubesse fazer magia
E gerisse a companhia.
25 novembro, 2008
««Pensamentos««
Penso e repenso
No meu pensar alheado
Penso, e no que penso
Neste pensar conturbado
Penso e repenso
Parece que nada mais ser fazer
Senão pensar e pensar
No que pensei ao nascer
E ao morrer que pensarei
Em tudo o que cá deixei
Em tudo o que não quis
Em tudo o que mais amei
E no que não fiz por um triz
Penso e repenso
Em tudo o que já pensei
Por orgulho não agarrei
Ou por ódio eu deixei
Por ilusão até sonhei
Se algum dia direi
O que penso cá para mim
Então louca estarei
Não tenham pena de mim.
No meu pensar alheado
Penso, e no que penso
Neste pensar conturbado
Penso e repenso
Parece que nada mais ser fazer
Senão pensar e pensar
No que pensei ao nascer
E ao morrer que pensarei
Em tudo o que cá deixei
Em tudo o que não quis
Em tudo o que mais amei
E no que não fiz por um triz
Penso e repenso
Em tudo o que já pensei
Por orgulho não agarrei
Ou por ódio eu deixei
Por ilusão até sonhei
Se algum dia direi
O que penso cá para mim
Então louca estarei
Não tenham pena de mim.
24 novembro, 2008
««Alentejo««
O saber de ser Alentejano
Cantar quando choramos
Abraçar a terra enquanto caminhamos
Por campos sem fim papoilas vermelhas
Sargaços marfim entre as ribanceiras
Sempre altaneira a grande azinheira
Por debaixo a eira onde brilha o trigo
Ao longe em fileira se avista o montado
Onde o pastor se encosta ao cajado
Sargaços marfim entre as ribanceiras
Sempre altaneira a grande azinheira
Por debaixo a eira onde brilha o trigo
Ao longe em fileira se avista o montado
Onde o pastor se encosta ao cajado
E mais alem para aquela banda
Fica o ribeiro de água luzidia
Onde brilha o sol pelo meio-dia
Ergue-se a voz de quem comanda
É o manajeiro anunciando a janta
Arrastando os pés lá vai o rancho
Procurar a sombra faminto de esperança
Num repente uma voz entoa
Outras se lhe juntam numa só pessoa
E vão cantando sem que a voz lhes doa
Cantigas de amor de amargo sabor
Com amargo sabor à terra cavada
Com enchada de dor de alma cansada
Abraçar a terra enquanto cantamos
Fingir um sorriso enquanto choramos
23 novembro, 2008
«« Um beijo ««
22 novembro, 2008
«« Insónia ««
Noites de insónia
Noites sem fim
Em que dou por mim
A vasculhar a memória
O que fui, o que sou
O que virei a ser
O que acabo de perder
Porque ando sempre a correr
Quando me dou ou não dou
Para onde vou
O que virei a ser
O que acabo de perder
Porque ando sempre a correr
Quando me dou ou não dou
Para onde vou
Noite de insónia
Porque não trazes a glória
A glória dos sentidos
Porque não trazes a glória
A glória dos sentidos
Dos amores prometidos
Porque trazes na memória
A história dos gemidos
Dos medos vividos
Em noites de insónia.
A história dos gemidos
Dos medos vividos
Em noites de insónia.
18 novembro, 2008
«« Em retiro a Democracia««
Neste cantinho de Deus
Uma voz se levantou
Em meias palavras bramou
Fechem a Democracia
Quem diria, quem diria
Ao ouvir o que não queria
O povo estarreceu
Mas será que entendeu
A pobre Democracia
Está cansada, deprimida
Com tanta promessa falida
Tanta briga, tanta briga
Na educação é só intriga
A saúde está pior
Na justiça um mal maior
Nem falo no custo de vida
Em retiro a Democracia!!
Mas a quem é que isso interessa??
Raio de vida , raio de vida
Tanta lamuria e promessa.
13 novembro, 2008
««São Martinho popular««
Vou à adega e provo o vinho
neste dia especial
comemorar o S. Martinho
em terras de Portugal,
Como já cheira a Natal
e o frio se faz sentir
um copito não faz mal
canto cantigas a rir.
Como castanhas assadas
ou então, broas de mel.
Ás vezes vai um pastel
ou uma romã encarnada.
Um abafado de mel
e uma febra bem passada.
Com a alma renovada
volto a casa bem tratada.
Sinto que estou bem contente
é isto que o povo sente.
Comemorei o S. Martinho
fui à adega e provei o vinho!
08 novembro, 2008
«« Pastora««
Gostava de ser pastora
De um rebanho encantado
Rebanho sempre apressado
Com pressa de ir em frente
Ao invés de tanta gente
Que vive sempre cansada
Mas sem rebanho e sem nada
Meus anseios solto ao vento
Ao vento da pradaria
Com esperança de que um dia
Esta gente tão parada
Acorde e veja que o dia
Tem sempre as horas contadas
Contadas nas badaladas
Vinte e quatro é conta certa
Entre a noite e a madrugada
Sobra sempre tempo prá sesta
Tão pouco tempo nos resta
Mas que raio de vida esta…
Gostava de ser pastora
De um rebanho dourado
Para me sentir senhora
De um mundo sempre empenhado
06 novembro, 2008
Daqui …
Entre o principio e o fim
Eu olho a rua deserta
Olho a hora que se acerta
E me afasto mais de mim
Como um fantasma errante
De um mundo que não é meu
Eu olho a lua distante
E tenho frio Deus meu
O frio de quem morreu
Ou de quem fingiu que nasceu
Daqui…
Vejo o piscar das luzes
Vejo um vulto lá adiante
Com os dedos faço cruzes
É só um bêbado errante
No seu andar cambaleante
Daqui…
Eu queria fugir agora
Para uma terra distante
No relógio bate uma hora
O dia ainda vem longe
Eis uma lágrima que rola
Porque tem que ser assim
11 setembro, 2008
«« Regresso««
11 junho, 2008
«« Santo António ««
Anda dai vem cantar
Vem brincar com alegria
Vamos correr e saltar
Até ao nascer do dia
Entra na romaria
Deste santo popular
Que às moças prometia
Casá-las no seu altar
De quem estou eu a falar
Do Santo António, pois então
Santinho tão popular
Que trago no coração
De alcachofra na mão
A fogueira vou saltar
Pedindo o teu coração
De manhã ao acordar
Se a alcachofra despontar
Está aceite o pedido
Santo António vai-nos casar
Como tinha prometido
09 maio, 2008
«« Escrevendo ««
É fácil escrever sobre o amor
É o meu tema de eleição
Amor rima com dor
Vivem em perfeita união
E escrever sobre a dor
Mais fácil se torna então
Dor rima com pavor
E ao rancor dá a mão
Agora escrever com paixão
Sobre temas do dia a dia
Nem imaginam a confusão
Que isto me fazia
Mas, escrevia, escrevia
Sobre a guerra, sobre a fome
E aquilo que sentia
Nos meus versos tinha nome…
07 maio, 2008
«« Feliz aniversário ««
Ao romper da alvorada
Um choro se ouve então
Nasceu um filho amado
Entre tanta agitação
Foi assim pois então
Que ao mundo disseste
Bom dia!
Encheste-me de emoção
De muita luz e alegria
Ao mesmo tempo que crescias
Meus sonhos cresciam contigo
Atenta ao que fazias
Meu menino, eras um perigo
O sol nasceu contigo
De olhos virados prá lua
Não te esqueças meu querido
Que esta vida é só tua
Hoje segues o teu destino
A vida que sonhas ter
Nunca saias do trilho
Que traçamos ao nasceres.
03 maio, 2008
«« Para todas as mães ««
Mãe essa mulher sagrada
Quase sempre tão amada
Umas quantas vezes maltratada
Mas, para o bem, e o mal.
É Mãe…
Quase sempre tão amada
Umas quantas vezes maltratada
Mas, para o bem, e o mal.
É Mãe…
Mãe sou eu, és tu
É aquela que chorou
E que as lágrimas enxugou
Por um filho aos pés da cruz
Mãe
Mulher que deste a vida
Aos filhos que são teus
Quantas vezes estás perdida
E ergues as mãos para Deus
Aos filhos que Deus te deu
Tu dás tudo de ti
Quantas vezes Ele percebeu
Que em vez de chorares, sorris…
«« Gosto ««
Gosto porque gosto
Do teu jeito de ser
Gosto porque gosto
Do teu modo de ver
Do teu jeito de ser
Gosto porque gosto
Do teu modo de ver
Do teu modo de dizer
O que eu quero ouvir
Do teu modo de entender
Tudo o que estou a sentir
Teus olhos parecem rir
Quando me ouves calado
Dos sentidos a sentir
No gosto de um beijo trocado
Gosto do sabor a pecado
Quando me apertas assim
Gosto do beijo roubado
Tudo porque gosto de ti
«« Velhice ««
A outra forma de ver
Recordando a meninice
E o que ao mundo veio fazer
Recordando a meninice
E o que ao mundo veio fazer
Hoje sabe dizer, o velhinho sabedor
Que neste mundo o saber
Não tem preço nem valor
Assim como o bom pastor
O velhinho tão cansado
Não tem preço nem valor
Assim como o bom pastor
O velhinho tão cansado
Vai-nos ensinando o valor
De não viver apressado
De não viver apressado
O jovem não entende o recado
A mensagem não agradece
Está de olhos tapados
A mensagem não agradece
Está de olhos tapados
Pensando que não envelhece
Mas ao jovem acontece
E descobre que já tem rugas
E quando a velhice aparece
E descobre que já tem rugas
E quando a velhice aparece
A vida fica difusa
Quando esquece a parte confusa
O jovem virou velhinho
E continua com a luta
De ao jovem ensinar o caminho…
O jovem virou velhinho
E continua com a luta
De ao jovem ensinar o caminho…
25 abril, 2008
«« Olhar de mulher que passa««
Linda mulher que vais a passar
Olhar altivo, olhando a rua
Olha a mulher que está a chorar
Que tem uma vida diferente da tua
Aquela mulher que é da rua
Todos os dias é humilhada
Sem sorte na vida e quase nua
Sempre agredida e maltratada
A mulher que é obrigada
De sol a sol a trabalhar
Pelo senhor é escravizada
E não tem como se libertar
A velhinha que está a chorar
De olhar vazio, num banco sentada
Tantos os anos a labutar
Agora, está ali, abandonada
A menina que é violentada
Lá longe num país distante
Pelo sexo é escravizada
Fingem não ver, os governantes
Hoje tal como antes
A mulher continua a sofrer
E no mundo os governantes
Continuam sem nada fazer
Quantas mais precisam morrer
Para o dia oito deixar de existir
Todos os dias são da mulher
Pois só ela tem o dom de parir
Neste dia eu vou fingir
Que está tudo bem, que não há mordaças
Não sei se vou chorar ou rir
Olhando a mulher que passa com graça
Coberta de peles, o choro disfarça
Olhar altivo, fingindo não ver
A outra mulher que está na praça
Que de tanto frio, está a morrer…
………………… versos escritos no dia 8 de Março 2008, ao ver os telelejornais e a forma como o tema era abordado….triste!
Olhar altivo, olhando a rua
Olha a mulher que está a chorar
Que tem uma vida diferente da tua
Aquela mulher que é da rua
Todos os dias é humilhada
Sem sorte na vida e quase nua
Sempre agredida e maltratada
A mulher que é obrigada
De sol a sol a trabalhar
Pelo senhor é escravizada
E não tem como se libertar
A velhinha que está a chorar
De olhar vazio, num banco sentada
Tantos os anos a labutar
Agora, está ali, abandonada
A menina que é violentada
Lá longe num país distante
Pelo sexo é escravizada
Fingem não ver, os governantes
Hoje tal como antes
A mulher continua a sofrer
E no mundo os governantes
Continuam sem nada fazer
Quantas mais precisam morrer
Para o dia oito deixar de existir
Todos os dias são da mulher
Pois só ela tem o dom de parir
Neste dia eu vou fingir
Que está tudo bem, que não há mordaças
Não sei se vou chorar ou rir
Olhando a mulher que passa com graça
Coberta de peles, o choro disfarça
Olhar altivo, fingindo não ver
A outra mulher que está na praça
Que de tanto frio, está a morrer…
………………… versos escritos no dia 8 de Março 2008, ao ver os telelejornais e a forma como o tema era abordado….triste!
10 abril, 2008
«« começo ««
Vou ou não vou?
Vens cá tu, ou vou lá eu?
Com esta duvida estou
Desde que amanheceu
Vens cá tu, ou vou lá eu?
Com esta duvida estou
Desde que amanheceu
O pensar que isto me deu
Assim passou o meu dia
O meu mundo escureceu
Ao pensar que me não queria
O filme que eu fazia
De um amor a despontar
O Cupido é que se ria
Depois de a seta mandar
Depois de a seta mandar
E foi um tal acertar
Que atou um laço apertado
Nosso amor a gatinhar
Para sempre lado a lado…
Que atou um laço apertado
Nosso amor a gatinhar
Para sempre lado a lado…
07 abril, 2008
«« o estado da nação ««
Meter a venda aos bois…
Quem não sabe o que isto é ?
Meus senhores por que sois
Vamos arejar o estaminé
Quem não sabe o que isto é ?
Meus senhores por que sois
Vamos arejar o estaminé
Neste Portugal pequenino
Com tantos séculos de história
Com um Zé Povinho franzino
E tantos senhores sem memória
Todos falam da glória
Do que em outros tempos se fez
Não querem mudar a retórica
E pensar de quando em vez
Mas pensem com a altivez
Das gentes simples do povo
Não esqueçam a sensatez
E tentem gerir um todo
Porque o país cheira a mofo
Está na hora de mudar
Precisamos de sangue novo
De gente que saiba ousar
Comecem a cativar
Jovens com novas ideias
Deixem as mentes brilhar
E deixem de andar à boleia….
«« Meu Alentejo««
Há papoilas coloridas
Até onde a vista alcança
Mais adiante as Margaridas
Cobrem a terra de esperança.
Querem ensaiar uma dançaAté onde a vista alcança
Mais adiante as Margaridas
Cobrem a terra de esperança.
As cegonhas na sua andança.
À caricia do vento,
Meu Deus...Como tenho esperança
Ao olhar os campos neste dia.
À caricia do vento,
Meu Deus...Como tenho esperança
Ao olhar os campos neste dia.
É Primavera... Que trás alegria,
E ao Alentejo a fantasia.
Já revivo com nostalgia
O cheiro do Poejo,
Embalada na melodia
Da água fresca no ribeiro.
Na sombra do velho sobreiro
Há uma penumbra ligeira
E o rebanho agora ao calmeiro
Dorme na ribanceira.
O pastor também dormita
A seu lado está a rafeira
Que o rebanho vai vigiando.
Uma cotovia canta ligeira,
No seu canto os vai embalando.
É assim que vou memorando
O meu tempo de criança,
Pelo terra vou andando
Sons e cheiros na lembrança.
A seu lado está a rafeira
Que o rebanho vai vigiando.
Uma cotovia canta ligeira,
No seu canto os vai embalando.
É assim que vou memorando
O meu tempo de criança,
Pelo terra vou andando
Sons e cheiros na lembrança.
Lembro a eterna dança
Do trigo ondulante,
Lembro o som da Garça
No sobreiro verdejante.
As minhas gentes com esperança
Debaixo do sol escaldante.
E penso se o viajanteDo trigo ondulante,
Lembro o som da Garça
No sobreiro verdejante.
As minhas gentes com esperança
Debaixo do sol escaldante.
O Alentejo consegue ver.
Se entende o amor errante
De quem na planície quer morrer!
Se entende o amor errante
De quem na planície quer morrer!
«« Gentes ««
Camponês,
Pelas rugas estás marcado
Homem de olhar parado
Trabalhas com altivez
As terras lá do montado
Ou então, guardando o gado
Pelas rugas estás marcado
Homem de olhar parado
Trabalhas com altivez
As terras lá do montado
Ou então, guardando o gado
Curvas as costas cansado
Pensando na sorte madrasta
Encostado ao teu cajado
Nesta vida já tão gasta
Camponesa,
Mulher de garra
Mulher de força, com tal beleza
Neste Alentejo profundo
Vais cantando à desgarrada
Fendo-te lembrar ao mundo
Num lamento meio mudo
Cantas o amor à terra
No teu jeito meio sisudo
No teu estar de mulher sincera
Nos dias de Primavera
Cheira a alecrim, a giesta
Por esses campos tão floridos
Homens e mulheres da terra
Com apurado sentido
Vão cantado num gemido
Vão cantando num gemido
O cantar Alentejano
Que já está quase sumido
Neste mundo tão mundano….
01 abril, 2008
«« eu ««
Eu tenho saudades
Essa palavra crua
Que nos oprime as vontades
Que nos deixa a alma nua
Essa palavra crua
Que nos oprime as vontades
Que nos deixa a alma nua
Eu tenho saudades tuas
Minha meninice perdida
Quando queria ter a lua
Que no tempo ficou esquecida
Tenho saudades da vida
Que nunca cheguei a viver
Tenho uma saudade oprimida
Que acaba quando morrer
Saudades é reviver
Um doce momento da vida
Não será antes o empobrecer
De uma alma enegrecida
Esta minha saudade vencida
Aparece e quando em vez
Quase sempre fica escondida
Melhor que seja assim! Talvez…
«« O que ficou! ««
Já não há searas douradas
Que um dia cobriram os campos
Restam terras abandonadas
E velhos esquecidos num canto
Que um dia cobriram os campos
Restam terras abandonadas
E velhos esquecidos num canto
Na planície ouve-se o pranto
De quem no tempo parou
Alentejo terras de encanto
De um povo que debandou
Para outras terras rumou
Mas sempre mantém guardado
O sabores que cá deixou
E o cheiro do montado
E quando volta cansado
O Alentejano imigrante
Pode morrer descansado
Nos braços do campo escaldante
«« MONTEMOR-O-NOVO
Montemor terra trigueira
Terra de gente sofrida
Onde as tardes de soalheira
Trazem barulhos da lida
Terra de gente sentida
Povo de alma nobre
Quase sempre dás guarida
Às dores da gente que sofre
No Alentejo vigias a sorte
Com teu castelo imponente
Que agora a chuva forte
Quer arrasar num repente
À tanto que se presente
Este destino final
Montemor terra de sempre
Na história de Portugal
Os que te deixam ficar mal
À muito que por cá estão
O castelo é só um sinal
Dos males da nação
18 março, 2008
«« Minha vida meu poema ««
Ponho a vida num poema
Quando começo a escrever
Na tinta que sai da pena
Saem penas a valer
É assim que sei dizer
O que já te devia ter dito
Numas quadras a correr
Vou escrevendo tudo o que sinto
Umas vezes eu vou indo
Outras me deixo levar
Parecem lobos famintos
Minhas quadras a rimar
Não é falar por falar
Este modo de escrever
São meus versos a contar
Tudo o que te queria dizer
As linhas que vais ler
Lê-as com muita atenção
Só tu as vais entender
Como entendes meu coração…
«« Perguntas ««
Perguntas, e mais perguntas
É o que fazes à vida
Mas a vida parece defunta
Não responde, está deprimida
Vida, vida de fugida
É assim que o tempo passa
Olhando a sombra sumida
Que escurece e amordaça
Quando a vida perde a graça
Tudo parece morrer
Até o tempo que passa
Passamos a querer esquecer
É isto que te vão responder
Meus versos em confusão
Por isso prefiro esconder
O que me vai no coração
Aos poucos na tua mão
Minha alma vou deixando
E os nós do coração
Aos poucos vou desatando
De algum modo vou quebrando
Este meu modo de estar
São teus olhos me guiando
Que me levam a falar…
«« Os dois ««
Obscuro…
Como obscura pode ser a vida
Sem porto seguro
E com causa perdida
Brilhante …
Como brilha o amor verdadeiro
Cantando uma melodia
Que embala o mundo inteiro
São dois seres matreiros
O escuro e o brilho da luz
Enganam qualquer um por inteiro
Quando gritam com voz que seduz
A vida a isto se traduz
Somos aquilo que fazemos
Ou enfiamos um grande capuz
Ou saltamos o muro, e corremos
Nem sempre fazemos, ou temos
Preferimos olhar e não ver
É tão simples, bastava querer-mos
E o querer tudo pode vencer
É para ti, que estou a escrever
Que em ti vais perdendo a esperança
Olha-te ao espelho com olhos de ver
Em ti volta a ter confiança…
04 março, 2008
««« Alternativa «««
Alternativas não há
O que é que se pode fazer
Diz o povo assim não dá
É o que se ouve dizer
A educação está a morrer
À muito que isto se sabe
As crianças mal sabem ler
Mas vão entrar na faculdade
E a seguir que ansiedade
Com o sistema de saúde
Está doente de verdade
O povo que não se cuide
E volta e meia amiúde
Lá vem a justiça à baila
Que de mãos dadas com a saúde
Não há remédio que lhe valha
E na sorte que nos calha
Neste país descontente
Estamos todos na calha
Somos um povo dormente
De tudo ficámos ausentes
À espera do milagre sagrado
Que venha um governo decente
Que nos governe sentado
28 fevereiro, 2008
««« Para ti «««
««« Sonho «««
««« sinto «««
«« Quero »«
Eu quero mas quero tanto
Que perco a noção do tempo
Queria ter um manto
Que me aquecesse por dentro
Queria estar bem no centro
Do mundo e vê-lo girar
Queria dormir ao relento
E ter voz para cantar
Queria poder dançar
A dança das borboletas
Queria poder alcançar
Outras estrelas e cometas
Mas como as coisas estão pretas
O melhor é deixar para lá
Nunca jogar na roleta
E indo andando por cá
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