17 abril, 2009
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Alma em decomposição
Esvaída na imensidão
Deste Alentejo sem rumo
Alma que perdeu o prumo
Sou eu…
Só tenho o que Deus me deu
Noite que não amanheceu
Ai de mim, nenhures
Não me procures
Passa e não me olhes
Não quero sequer que chores
Ao veres a triste sombra
Fria pedra que desponta
Num matagal de receios
Grossa silva de enredos
Tal qual negro penedo
Desponto em ceara de medo
De musgo coberto
Sou eu a descoberto
Nos desvaires deste mundo
Buraco negro, profundo
Não me olhes
Não passes por perto
Se me vires em céu aberto
É o que me resta, como tecto
Não olhes, nem passes perto…