14 julho, 2010

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Hoje apetece-me não ser eu
Ir mais além que a imaginação
Correr ao encontro da vastidão
Que é a memória, em apogeu

Apetece-me recriar o presente
Inundar os locais sombrios
Enterrar todos os fastios
Ser eu, de forma diferente

Ter coragem de olhar bem fundo
Gritar eu sou vagabundo, sim
Talvez o seja num frenesim
Antes vagabundo, que moribundo

Queria correr ao encontro de ti
Dizer-te, cheguei estou aqui
Sou de cimento mas alui
Demorei uma eternidade, mas consegui

Hoje apetece-me não ser eu
Desnudar-me num verso vesgo
Virar as costas ao aconchego
Abraçar a vontade que endoideceu.

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