19 agosto, 2010

«« A aragem ««


A aragem entra pela janela entreaberta
Acoita-se no meu rosto fechado
Há tanto tempo não sorrio, riso alargado
Há tanto tempo que me sinto abolida

Do rir franco da mocidade solta
Do rir sincero, rir extravasado
Rir, rir de mim, de ti, do mundo tresloucado
Rir da morte, da dor, do ódio, pouca

É a vontade de rir, a meio da vida
É a vontade de seguir em frente
Muita é a saudade sempre presente

Das gargalhadas por tudo e por nada
Das brisas suaves entrado devagar.
O raio desta aragem que me quer regelar.

1 comentário:

AC disse...

Vejo essa aragem como um toque, um convite à reflexão. E, se o riso fácil já não é o que era, haverá outras mutações mais profundas, mais sábias...
É bom sentir o aconchego da despreocupação, mas a dignidade está em perceber o mistério das coisas. E, isso, só com a ajuda do "temido" tempo...

Gosto de vir aqui.
Beijo :)