22 agosto, 2010

«« A eira ««


Demasiadas pedras na eira
Até as gralhas são demais
Querem grão, ou querem chão
Em demasia são os ais

Solta-se uma pedra pequena
O seu rumo é preciso
Rebola, não tem juízo
Atira-se em queda plena
As gralhas em alvoroço
Esvoaçam engraçadas
As pedras espalhadas
Pela eira, são menires
As gralhas embaraçadas
Não adivinham os sentires
E a pequena pedra

Rebola e vai sorrindo
Quem sabe irá cair
Ao longe num ermo lindo
A eira
Essa coitada
Está atulhada de grão
Deita as mãos á cabeça
Não há quem mereça
Adivinha confusão

Ou o grão salta dali
Ou o dia vai terminar
Com uma dor de cabeça
Quem lhe irá ajudar
Voltam as gralhas
A esvoaçar

A pedra que é pequena
Mas de matreira tem tudo
Á eira diz faz novena
Ou o caso fica bicudo…

1 comentário:

Unknown disse...

Bom dia Antónia
Este poema também é bonito com uma mensagem do grão na eira, da gralha e da pedra perdida.
Geralmente as gralhas aparecem quando há fartura nas eiras e elas podem servir-se.