10 agosto, 2010
«« A tarde ««
A tarde chama-me discreta
Convida-me para um conversa com o poente
Encolho os ombros, e respondo indiferente
Conversas, há muito perdi o jeito
Assim como perdi olhares a direito
Perdi a vontade faz tempo
Apenas me resta um fragmento
De areia que desliza pela ampulheta
De esperança…
A tarde olhou-me de novo
Mostrou-me um ponto distante
Que se aproximou de rompante
Era a morte
Olhar sinistro, forte galope
Uma aragem gelada me verga
A tarde falou baixinho
Viste, varreu tudo em desalinho
Da próxima quem sabe és tu
Por isso vive, vive o apogeu
Do fim de tarde, olhos ao céu
Vislumbrarás um arco íris
Preso na ponta lápis-lazúli
E o verde da esperança
Também lá está
Estão lá flores amarelas de giesta
Rosas vermelhas
O âmbar das cearas
Do trigo que faz o pão
O lilás da ilusão
O rosado de uma mão
Que espera
Espera que se entrelacem os dedos
Que se confidenciem segredos
Que a tarde que chega
Traga a noite que carrega
O pulsar da alma
De uma paixão calma.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Um blog bastante interessante, sendo este o poema que mais me chamou à atenção.
Espera que se entrelacem os dedos
Que se confidenciem segredos
Que a tarde que chega
Traga a noite que carrega
O pulsar da alma
De uma paixão calma
Uma construção segura, com uma mensagem clara e o jogo de cres ( o lilás e o rosado)
Muito bom.
Mefistus
www.mefistus.skyrock.com
Enviar um comentário