07 agosto, 2010

«« Degredo ««


O silencio olha-me de soslaio
Rogo-lhe que me olhe de frente
Que me faça sentir um pouco mais de gente
Que me consiga atrair algum fascínio

Fico presa no sonho de um momento
Seria tão fácil quebrar amarras
Quebrar em mil partículas as algemas
Com que a sorte me dotou

Sinto-me envolta numa neblina surda
Tantas vezes sou ultrapassada pelo medo
Outras tantas pelo degredo
Que impus a mim mesma

E o silencio que continua a olhar
Mede-me metricamente
Acusa-me de ser contundente
Segreda-me que é preciso acreditar

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