12 agosto, 2010

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Oiço cada palavra que a vida solta
Numa sofreguidão que serena
A alma, aqui e ali revejo na voz amena
Uma saudade que traz a dor solta

Na ponta de uma insónia revolta
Nesse instante, revejo-me pequena
Uma catraia reguila de pele morena
Correndo p`lo campo, que me traz de volta

A um tempo ido, os cravos floriram
E eu acreditei, num país moribundo
Sentei-me á mesa e ouvi os velhos

Falaram-me da guerra, e dos arreios
Que agora recordo olhando os teus lábios
Solto-me na palavra que é vida sem volta

1 comentário:

João José Cabecinha Belém disse...

Os cravos de liberdade transformaram-se em rosas murchas opressoras.
E agora vêm as laranjas podres...

Beijinhos.