03 junho, 2009

«« Procura-me ««


Procura ao longe onde o céu e o mar se fundem
No mais ínfimo ponto do infinito
Procura-me onde a terra se esvai em lume
No imaginário fértil do labirinto

Encontro-me comungando com a natureza
Paixão sublime inconstante e louca
Enleio-me nesse delírio da incerteza
Tudo é pouco, fruta silvestre na minha boca

É doce e ácida , esta espera constante sim
Razão feroz que me mantêm átona de água
Cego em desejos, cada vez me afasto mais de mim

Sobre duras e frias pedras faço o meu leito
Insaciável feitiço que não lhe avisto o fim
Vem, trás contigo o sol que ilumine o meu peito

1 comentário:

Unknown disse...

Penso existir substimação, quando da A. quando diz que não é escritora nem poetisa. Há muita e bela poesia e uma mensagem muito forte do metafísico. A A. coloca-se num lugar entre a natureza e o céu/infinito, inatingível para qualquer ser humano e, daí, a sua sensação de insaciável - situação de todos os mortais.
Belo pema, bela mensagem, tema actual quando a ganância da riqueza olha só para o lucro e o lucrativo.
Continue .