08 março, 2010

«« Sã ««


Se hoje me queres dar uma flor
Guarda-a para amanhã
Guarda-a para depois, p`rá hora vã
Aquela em que o riacho seca
Com o calor da minha pele, com o suor
Que me escorre do rosto sobre o divã
Da intolerância, que começa
Quando me enfeitas feito boneca
Se hoje me chamas mãe
Não precisas fazê-lo
Tão pouco dizê-lo
Serei pelos confins do tempo, mãe
Serei bela, de tez enrugada
Terei as mãos calejadas
Pelo cabo da enxada
Serei mulher, a apedrejada
Por piropos ridículos
Como ridículo é o dia D
Se cremos em reis, não sei porquê
Existem dias Dês
Mas não, não me dês
Floresjavascript:void(0)
Guarda-as para amanhã
Amanhã serei mulher, livre e sã.

1 comentário:

Cria disse...

Lindo demais, poeta amiga ! Beijo.