26 março, 2010
«« Envelhecer ««
O ar cheira a cinza
Por dentro o vazio
O vazio faminto quer
Absorver a intempérie
Num rosto de mulher
O meu, paupérie
Não sei ao que cheira
Um brilho difuso
De qualquer maneira
É estranho e confuso
O ar em que habito
É pobre o sentir
de um vazio extinto
num sóbrio tinir
O ar cheira a cinza
E um nó corredio
Esgana a brisa
Em franco fastio
Rosto de mulher
O meu ofuscado
Um amarelecer
Um retrato agastado.
Cheira a cinza o ar
Faúlhas ao saltos
Um vulcão a rosnar.
Cai-me a cinza nos lábios
Rosto de mulher
Anos verdes, ao longe
Saber envelhecer
É sebenta de monge.
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