30 março, 2010

«« Poeta e dor ««


Repito em palavras vagas
O que penso que não tem jeito
Nas minhas horas amargas
Assim vou abrindo o peito

Falo do medo que tenho
De um dia virar vento
Tudo aquilo que detenho
No peito como alimento

Por vezes fico perplexa
Onde vou buscar a força
Se penso que estou dispersa
Logo salto feito corça

Confesso que tenho medo
Que me olhes sem me ver
Confesso não é segredo
Que me vejas apenas mulher

Mas presta muita atenção
Ao que te vou agora dizer
Escrevo, escrevo até mais não
Para que tu me possas ver

E assim te dou o melhor
Com que a vida me presenteou
Este jeito de poeta e dor
Escrevendo tudo o que sou