07 abril, 2008

«« Gentes ««


Camponês,
Pelas rugas estás marcado
Homem de olhar parado
Trabalhas com altivez
As terras lá do montado
Ou então, guardando o gado


Curvas as costas cansado
Pensando na sorte madrasta
Encostado ao teu cajado
Nesta vida já tão gasta


Camponesa,
Mulher de garra
Mulher de força, com tal beleza
Neste Alentejo profundo
Vais cantando à desgarrada
Fendo-te lembrar ao mundo


Num lamento meio mudo
Cantas o amor à terra
No teu jeito meio sisudo
No teu estar de mulher sincera


Nos dias de Primavera
Cheira a alecrim, a giesta
Por esses campos tão floridos
Homens e mulheres da terra
Com apurado sentido
Vão cantado num gemido


Vão cantando num gemido
O cantar Alentejano
Que já está quase sumido
Neste mundo tão mundano….

Sem comentários: