02 julho, 2009
«« Conversa sem véu «
Nas horas que converso comigo
E consigo olhar-me de frente
Enrosco-me nas horas e sigo
Essa conversa dormente
Desnudo-me e nada me abala
Falo, falo, e nada digo
O meu eu é porto de abrigo
Pétala de rosa, bengala
É campo coberto de trigo
É descanso ao domingo
É orquestra em noite de gala
Nas horas que converso comigo
Mato a dor, mato a tristeza
Enleio-me na singeleza
De uma conversa sem véu
Consigo separar as aguas
Contar as estrelas do céu
Consigo conversar contigo
Contar-te os meu tormentos
Falar-te dos meus lamentos
Embrenho-me nessa conversa
Ás tantas já não existo
Ficas tu, converso contigo…
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