11 fevereiro, 2009

««Rimas de um fado««


Quase me sinto sem chão, solidão
pareço ser, um descampado árido
Onde a água não abunda, devastidão
e o céu teima, em ser de um azul pálido

Quando sinto minha alma em turbilhão
logo me vejo, rimas de um fado
Cantado no mais rouco vozeirão
de fadista castiço, maltratado

As amarras que corto nessa hora
quando afasto indolente minha dor
e a medo recolho meu coração

Parecem correntes borda fora
de nau Catrineta em verso de sabor
requentado na fria chama da ilusão

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