21 fevereiro, 2009

««Palavras de tudo ou nada««


Cala-te palavra
Que a boca amordaça
Não vês que não tem graça
Tanto alarido por nada
Palavra feita lavra.

Palavra conta
Mil contos de encantar
De criança bem fadada
Como flor que desponta
Por entre terra lavrada.

Grita palavra de fé
Sonora, abençoada
Amada, venerada
Ás vezes esconde o que é
Uma causa perdida, nada.

Sussurra palavra amor
Hora morta na madrugada
Junto ao peito da amada
Floresce em tal esplendor
Que precisa ser regada.

Chegas-te palavra morte
Assim sem dizer nada
A vida está acabada
Cada um com sua sorte
Triste vida malfadada.

Restou a palavra saudade
Nesta mente baralhada
De palavra arrastada
Em rimas de enfermidade
Saudade minha aliada

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