25 outubro, 2010

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Olho um país leso
Malogro a arrepiar caminho
Dou por mim e envelheço
Tal como envelhece o ninho

De um pássaro que voou além
Das asas que a vida lhe deu
Esta terra de ninguém
Teve sorte que encolheu

Em cada virar de costas
Em cada salto para o ar
Olho um país, falas tortas
Na hora de lamentar

Um destino de muito fado
Uma herança à revelia
Um tesouro a ser guardado
Que nos acena quem diria

Com pedaços de memória
Dos tempos de pés descalços
Portugal triste vitória
Que não previu os percalços

De andar além das pernas
Os joelhos se vergaram
Agora choram as gralhas
Pelos trocos que gastaram.

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