17 outubro, 2010

Outubro 2010


Perguntas me assolam a mente esvaída
Num corrupio que me leva à loucura
Porque me sinto na vida traída
Se há tanto chão, se é grande a lonjura

Talvez seja eu que sou distraída
Me perco no vazio da noite escura
Senão porque tremo e me sinto doída
Ao olhar o mundo envolto em agrura

Perguntas eu faço, réplicas onde estão
Também os rios esperam a chuva no verão
Quem sabe a resposta chega em Outubro

No cair da folha, caia a desventura
Do meu país que perdeu compostura
Talvez em Outubro, se aviste bravura.

2 comentários:

* disse...

Um belo poema que retrata bem a angústia que assola todos os que vivem neste outrora jardim à beira mar plantado... outrora porque agora está mais para silvado envolto em espinhos do que para jardim.
Quem dera que o Outono trouxesse a resposta e que com o cair da folha caisse a miséria, a fome, a pobreza, a amargura e o desalento...mas não creio.
Resta-nos esperar e acreditar que a Primavera há-de chegar de novo...com um novo brilho e um novo sol.

Cria disse...

Um texto repleto de inteligência, parabéns ! Meu carinho e o desejo de uma boa semana.