16 agosto, 2009

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Escrever é o coito imaginado…

Acto de amor anunciado
Vertigem cor de carmim
Que entranha a palavra por fim
No recanto insaciado
Néctar açucarado
Que alimenta o frenesim
Que a escrita atrai em mim

Pele que desliza em pele…

Percorro cada recanto
Desnudo em cada pranto
O meu ser enjaulado
Que anseia ser desvendado
Atraio a imaginação
Em êxtase, vertendo paixão
Escrever a minha pele
Lânguida, branca, o mel
Que escorre e chega a ti
Nos versos que lês de mim

Acto de amor, desejado…

Filho gerado em paixão
Ideia emancipada
Que escrevo sem ver a quê
Entrega total
Sem pesar os porquês
Deslizo a mente em deleite
Pela brecha do poema
Que entreabre o lábios
Mordisca os versos
Que escorrem pelo papel
Uma entrega sem pudor
Escrever é acto de amor

A escrita nasceu em mim…

Percorre o teu corpo em transe
Em cada palavra dita
Imaginas-me faminta
Sim faminta, da palavra
Louca insaciada
Em que recrio o teu mundo
Em que penetro e desnudo
Os desejos sagazes
Digo o que sem pensar fazes
Grito o teu nome sem saber
Que escrevo, escrevo
Aquilo que queres ler
Aquilo que teimo em dizer

Eu sou assim
Na escrita me enlaço
A meu belo prazer.

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