03 setembro, 2010

«« Um pouco mais que nada ««


Sei que nada sou perante o universo
Sou um pouco mais que nada
Preso na retina de um amor vindo
Borboleta vistosa, um minuto antes de morrer
Poeta de palavras duras e gastas, pelo roçar das pedras
Que me assolam a alma, em noites de lua cheia

Sou bagatela de pobre, por entre ninfas vestidas de branco
Tenho na pele espinhos cravados
Que me impedem de ver a vida cor-de-rosa
As palavras meladas, despi-me delas
No dia em que abracei o mundo
No dia em que o pó se apossou de mim
Transportado pela enxada com que profanei a terra

Nada serei por entre o rendilhado da ilusão
Por entre a busca de amores impossíveis
Pelo engano num olhar extasiado
Num beijo molhado, a grande mentira

Mas sou eu, quando acordo de manhã
Digo valeu a pena, não me enganei
Nem enganei quem se atreveu a olhar-me.

1 comentário:

AC disse...

O canto duma alma despida de acessórios...