27 setembro, 2010

«« Andorinhas ««


Se me vestir de negro, não pensem
Que no negro me disfarço
Que o tomo por embaraço
Que o negro são vestes que vencem

O meu viver apaixonado
É no negro que me encontro
Levanto voo e me vou
Viro as costas ao que não sou
Num passo acelerado

É no negro que ganho asas
Percorro grandes distâncias
Nele escondo as minhas ânsias
Os ciúmes e as agruras

Das minha mágoas pretas
O negro não quer saber
Perde-se nas vielas
Olhando o sol a nascer

Assim num dia qualquer
Igual á andorinha
Que volta de manhãzinha
Eu sei volto a reviver

1 comentário:

Unknown disse...

Gostei muito deste poema que se lê como um recado ou o segredo de alguém que nos transmite uma cor vestida de sentido.