25 setembro, 2010

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Setembro
Não me olhes por entre as nuvens
Muito menos por entre as folhas prostradas
Olha-me por detrás das casas caiadas
Que escondem entre paredes queixumes

De olhares remotos

Mostra-me o outro lado da vida
Sensibiliza o meu sentir
Não me deixes rir por rir
Quando ali ao lado a sorte desliza

Setembro
Não me toques ao de leve
Abana-me com convicção
Denota a solidão
De um Alentejo cor de neve

Brancura que irradia nos anseios soltos
Ao vento, por entre azinheiras
Nas sombras matreiras
Saudades de novos gestos
Em abraços improváveis

Setembro ateia o meu olhar

Poisa na minha mão
A sobriedade
A solidariedade
Para com quem lança, os olhos ao chão

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