09 setembro, 2010

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Brinco com conchas de marfim
Nas palavras que me contam
Naquelas que me escondem
Em fios de cetim
Tão finos e breves planeiam
Deixar-me assim que nascem

Em conchas de marfim se transportam
Caminham de porta em porta
Debaixo de chuva ou sol
Levam recados que confiam
Os meus segredos que importa
Que as conchas sejam farol

Iluminado na noite
Que deixem transparecer
Aquilo que quero esquecer
O que almejo viver
Quem sabe um dia renascer
E um fio de seda se afoite

A acordar-te no amanhecer
Ofertar-te o sol num poema
Acariciar os teus sentidos
Eu continuarei a escrever
Cruzando ser com fonema

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