19 setembro, 2010
«« Não percas tempo comigo ««
Não percas tempo comigo
Sou monólogo sem sentido
Choro de pássaro ferido
Ao mesmo tempo que lhe tento
Dar abrigo
Não percas tempo comigo
Sou leite sem ter nata
Sou queda sem cascata
Olhar vazio ao postigo
Da vida
Não te percas ao olhar
Sou nada que valha a pena
Folha caída, pequena
Sem árvore a segurar
Nada sei de juras quentes
Feitas nas horas mortas
Tudo sei de vidas tortas
De quietudes ausentes
Sei também de auspícios feitos
Em rios sem terem leito
Secaram num mês de Agosto
Não te percas no meu rosto
Muito menos no que escrevo
Escrevo tudo num enlevo
Rabisco tudo o que gosto
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1 comentário:
Olá Antónia Ruivo...deixo aqui o meu sentir a tua poesia maravilhosa...embevecido pela leitura deste poema maior que mal cabe no pensamento...
saudações
joão raimundo
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