22 novembro, 2009

«« O poeta a meus olhos ( III ) ««


( Mágoa )

Miséria tosca

Ai gente, em teu delírio me amas e matas
Sou popular ando de boca em boca
Anedota burlesca de miséria fosca
Cruz que carrego, remoinho que me tragas

Meu povo rude, pensando que me afagas
Em chalaças que proliferam como moscas
Recordas-me em linhas perdidas e toscas
Tanto me cantas, tanto te ris, e disparatas

Mais de dois séculos carrego esta sina
Já é tempo de me olhares com novos olhos
Procura-me, no soneto que encanta na rima

Onde desfolhei meus sonhos em molhos
Atados com uma fita de seda leve e fina
Engalanei-os de cor rubra e soltos folhos.

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