27 novembro, 2009
«« O poeta aos meus olhos ( IX ) ««
( Falência)
Triste
Apregoam-te pelo preço do brilhante
Que tentam a todo o custo impingir
Goa vaidade vil, decadente, prestes a ruir
Aparente ganância, soberba abundante
Na boémia, me esmago lentamente
Por entre amores, deixei de saber sorrir
Na cama agonizo, em pesado sentir
Recupero, entre pintos sigo em frente
Hoje promovido a tenente, vou a Damão
Sitio, sem apego, deserto, vou embora
De bagagem, levo miséria em cada mão
Macau sigo o sonho, num barco à deriva
Em Cantão me achei perdido, na desonra
Pátria minha triste hora, a da partida.