15 maio, 2010

«« O poema irado ««


O poema estatelou-se no chão árido
Vociferaram as visaras em prantos
Os dedos apontaram, eram tantos
Os pontos apontados, um mísero fado

Foi o que sobrou do poema irado
Porque o corpo tombou nos flancos
De um pedaço de papel, nos ventos
Que uivaram, logo apareceu vincado

O riso mordaz que não entendeu
O poema, irado olhou de desdém
O riso mordaz, afinal serás camafeu

Gravado no dedo que se perdeu além
Apontando o poema que agora moeu
O olhar viciado que fica tão aquém

1 comentário:

Cria disse...

Uma perfeita composição ! Beijos, poeta amiga.