19 maio, 2010

«« o Soneto que não é Soneto ««


Sentada sob o céu estrelado oiço
O vazio que habita em mim, sublime
Daquele que sem saber o desejo oprime
Sentada sob o céu estrelado, escrevo

Aquilo a que chamo poema inacabado
Um soneto na palma da minha mão
Exige que o deixe voar, mas a minha razão
Roga, que o deixe dormir, inebriado

Pelo brilho das estrelas, aconchegado
Pelos poetas do passado acarinhado
Pela métrica, e pela rima lado a lado

Mas na minha vaidade ignóbil tento
Atirar as rimas ao cume da imperfeição
Acaba de finar um soneto na minha mão.