16 maio, 2010

«« Suspensa ««


Sinto-me suspensa num fio de seda
Tão fina, tão fina que parece feitiço
Sinto-me presa naquilo que cobiço
Um beijo ao deitar, uma alameda

Por onde passear, sem curva ou vereda
Um caminho a direito, cheiro a manjerico
Tua mão na minha, ao longe um músico
Toca uma flauta, esta noite encantada

Sou acarinhada, pelo vento gélido
Olho pela janela, há estrelas no céu
Uma sombra triste de um galho caído

Olho mais além, escuro como breu
O meu fio de seda, quebrou-se atraído
Pelo galho velho, meu peito doeu.