23 abril, 2010

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O que dizes povo?
Porque choras…Povo
Conta-me quero entender
Porque só agora começas a gemer

Porque parecem curvas as tuas lutas
Dormiste… em… fogueira de acendalhas

Sabes povo…
Nesta hora, na distância marcada pelo tempo
Neste mês de Abril, mês de águas mil
Mil lutas e labutas
Tempo em que se erguem novas disputas

Agora…medito neste país
Tresmalhado, em quimeras afogado
Passaste um mau bocado
Depressa esqueceste, depressa te absolveste
Dos deveres, Para contigo, para com o teu país

Em Democracia
Enquanto tu dormias, alguém se abastecia
Daquilo que tu esquecias
Nesse deixa andar, safa-se quem safar
Alguém cá ficará para contar

Agora povo
Começas a acordar, choras, e lamentas
Levantas os braços em oração
Tão grande é a aflição

Acordaste por fim, Ainda irás a tempo
Ai de mim…
Pega a Democracia de frente
Lembra-te do teu pai e avô valente
Que mesmo na tortura, na fome e na guerra
Nunca deixaram de saber, quem eram,
O que deles esperava esta terra…

Por isso povo
Levanta os braços
Besunta-te na terra
Abraça essa quimera sem era.

.......................


Poema escrito em Abril de 2009, agora modificado.

1 comentário:

joao severino disse...

Afinal nada de novo,
E o tempo envelheceu,
Sempre,o recatado povo
Que G.Junqueiro descreveu
Manso,tacanho, muita calma
Daí, dorme nos braços de "orfeu"
Enquanto lhe traficam a Alma