04 novembro, 2010

«« Vaidade ««



Na ponta da faca afiada a frieza
Escorre num misto de vaidade crua
Por onde desliza esta incerteza
De que a mente é mulher nua

Que corre com estranha e subtil leveza
Embrenha-se airosa pelos meandros da lua
Leva a água ao monte e à profundeza
Das cavernas mais inóspitas tal grua

Que eleva o que penso e te quero dizer
Num acto tresloucado de ignóbil poeta
Que se olha mas sabe reconhecer

Que numa ponta de faca afiada
Desliza a palavra liberdade, ali a moer
Está estática a vaidade aldrabada

1 comentário:

Vanda Paz disse...

Muito bonito e verdadeiro este soneto

Beijinho