05 novembro, 2010

«« Forrobodó ««


Contra marés intemperadas cai
Um sujeito levando a barcaça
Como a gaivota cruzando céus infernais
Seu corpo desliza igual a carcaça

Vai esta terra contra a corrente, um ai
Brota das gargantas secas é desgraça
A fome paira sob a cabeças, são demais
As medidas, o povo ficou sem graça

Ai Portugal de tristes marés negras
Escorregas e bates no fundo sem dó
O povo perde as vestes e por fim as calças

De tantos buracos feitos no cinto só
Resta a fíbula, se foi a pele por entre as nesgas
De uns tantos que entraram no forrobodó

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