25 outubro, 2009

«« Lavagem ««


Porque me sinto envolta em neblina
Por mais que tente não avisto a clareira
Ando perdida numa floresta de cartolina
Que cheira a mofo e a bolas de naftalina

Bolas que teimam em subir a colina
Da ilusão desmedida, será ratoeira
Que os sentidos me pregam, será cegueira
De quem não enxerga o virar da esquina

Porque me sinto o espremedor de arame
Por onde se esvai a água da lavagem
Das rotinas que se impõe por mais que brame

Queria ser a fresca aragem
Que penetra pela janela
Mas não, sou espremedor de arame, a lavagem

1 comentário:

Cria disse...

Sempre encantadora, Poeta !!! Beijos e obrigada pela presença no meu cantinho.