25 outubro, 2009
«« Suspensa ««
No fundo de um nada estão as amarras
Que suspendem a imaginação remota
O caminho é uma seta sem ponta torta
Que nos impede de abrirmos as asas
No fundo de um poço estão as lágrimas
Com que lavamos a alma estafada
Por vezes ficam suspensas em quase nada
Quando deslizam, caem em ponta de adagas
Frias e cruéis afiadas nos momentos insípidos
Em que nos sentimos uma coisa incerta
Nesses instantes baixamos os braços
Como quem atraca numa ilha deserta
Sabendo nunca encontrar o local seguro
Ou a mão que nos traga átona na hora certa
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