18 outubro, 2009
«« Mágoa ««
Acordei, com a preguiça de quem quer ficar
Por entre os lençóis do esquecimento
De quem quer por um breve momento
Esquecer-se de si, tentando sonhar
Que morreu, e um dia ao ressuscitar
Trará umas asas, e voará solta no vento
Ou será uma barra de frio cimento
Onde a mágoa deslize sem acentuar
Os pontos fracos de quem sonha alto
De quem se esquece que é um naco de nada
De quem tropeça no insípido asfalto
Do mais, acordei imaginando-me arrastada
Por breves instantes despi-me de mim
Tão breves e tão leves, fui uma árvore tombada
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2 comentários:
Intenso, Poeta ! Muito bom.
Um perfume de Florbela Espanca, muita clase.
abraços
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