Terra destemida
Abrem-se brechas na terra húmida
Cobre-se de rubro a charneca envaidecida
As papoilas crescem em farto festim
Tecem um manto vermelho, ai de mim
Olho embevecida, uma lágrima que cai
Olho mais adiante um tufo de alecrim
É a primavera que rompe em tal frenesim
O Alentejo ardente aos poucos ganha vida
As margaridas lembram uma larga avenida
E o tempo pára com a força desta terra destemida