21 fevereiro, 2010

«« Silêncio ««


Falei das minhas mágoas a uma gota de água
Enquanto falava, outra gota apareceu
Falei ás duas, de alguém que envelheceu
Andando à deriva a bordo de uma tábua

Tábua rasa, que me encobriu da mingua
Do frio, do escuro da noite que me envolveu
Do silencio que veio, e a mim se prendeu
Ouve-se ao longe, subindo a minha rua

Falei ás gotas de água, da falta de barulho
Que me rodeia na devastação ingrata
Que mostra a frieza ferindo o orgulho

Por suster o grito na seca garganta
Por calar o choro de alma amarfanhada
Pelo silêncio que fez da minha, a sua morada.

1 comentário:

InFeto - um artista organoreciclável. disse...

No sofrimento pode-se achar conforto, ou talvez comodidade. beloissimo poema. Abraços