Que serve falar de amor, em frases banais
Porque nos montes o cume fica no alto
Porque se finge em gestos de sobressalto
Afinal porque pia o melro nos olivais
Falas de amor, palavras mil, são milheirais
Por onde o vento corre rumo ao planalto
São orquestra sem maestro, são frio asfalto
Por onde os meus sentidos se esfumam em ais
Falas de amor, palavras ditas em contra mão
Por um momento, perco o tino e a razão
Logo a seguir, deito-me à terra, num abanão
Que me gela a alma, estou sozinha que aflição
Lá adiante está o sol, foge apressado
Vai deitar-se em outra cama, esvai-se o verão
Sem comentários:
Enviar um comentário