04 fevereiro, 2010

«« Agora Penso ««


Ao chegar a noite descobri um campo de trigo loiro
O sol de Maio, um planalto de rubras papoilas
Encontrei, o meu chão, uma trave, o meu tesouro
Encontrei num areal um mar de brancas conchas

Despi-me por entre as sombras difusas e abstractas
Banhei-me nas conchas semigastas, retive um suspiro
Que encobriu as palavras gastas, por entre as lágrimas
Que fechei num pote, argiloso de um amarelo oiro

Que contêm o amor que te tenho, a forte corrente
Que me mantém suspensa átona de água, fria
Como fria era a falta que no meu intimo sentia

Sempre que chegava a noite e o silencio me envolvia
Esta noite meu amor, o meu sonho foi diferente
Agora penso, semearei esse campo e sigo em frente.

Júlia Soares ( pseudónimo )

Sem comentários: