Com o Natal que se aproxima, aproxima-se uma corrente de bem parecer, perdemo-nos a enviar cartões de boas festas virtuais para todos aqueles que compartilham esse mesmo espaço, são gestos repetitivos ao longo dos anos, todos os anos os mesmos dizeres e os mesmos olhares, não que seja contra esta forma de convívio e este preocupar constante com todos os nossos amigos, virtuais ou não, gosto de receber estes agrados, embora confesse, que não sou muito afoita a eles, melhor dizendo, não lhes dedico muito tempo, para mim a intenção perde-se no repetitivo e torna-se monótona, por essa razão normalmente envio próximo do dia de Natal a minha mensagem. Não estou a criticar quem ocupa o tempo a fazer passar estas mesmas mensagens, nestes mesmos gestos repetitivos que se tornam a meu ver monótonos.
Gostaria contudo de alertar os meus companheiros de escrita, e todos aqueles que por aqui andam, para as armas que temos nas mãos, a escrita e a imagem, e para o uso que poderíamos fazer delas nestas alturas festivas, sei que dói e é incomodo olhar os males do mundo, nestes períodos que se querem de amor e união. Existirão contudo melhores alturas que estas para alertar consciências, existirão oportunidades melhores que estas, para darmos com amor e altruísmo o que melhor sabemos fazer, ou seja escrever. Não sou utópica e sei que será um fio de fumo branco por entre a maldade e a arrogância, mas sei também que a Internet é uma arma poderosa, e que temos nas nossas mãos o poder de moldar mentalidades, acho que a maioria daqueles que escrevem nem se apercebem da arma que tem ao seu dispor. Vejam o que aconteceu com a campanha lançada sabe-se lá por quem, em que durante um período de tempo todos os membros do Facebook deveria utilizar como foto de perfil um boneco animado, vejam como em dias as páginas do Facebook viraram uma coreografia Disney.
Porque não na quadra Natalícia de 2010 olharmos aquilo que não gostamos e fazermos passar a mensagem de um mundo melhor mesmo que utópico, porque não fazer das páginas do Facebook um cartaz de alerta. Mesmo que não gostemos de imagens violentas e de palavras de dor, porque não dar àqueles que não podemos carregar no colo, o colo de um gesto.
Uma imagem, um texto, um pequeno gesto.