21 outubro, 2007
Duas mãos
Tua mão na minha
Suave ternura
Com a alma vazia
Chamando a loucura
Que doce loucura
Que veio para ficar
Trazendo a ternura
Do verbo amar
Eu quero me dar
Sem preconceito
Eu quero te amar
Tenho esse direito
Olhando em mim
Quem és tu desse lado
Que me olhas com desdém
Nesse mundo desalmado
E que não é de ninguém
Pareces não ser de ninguém
Com esse teu ar inseguro
Pensas sempre ir mais além
Sem presente e sem futuro
Porque não transpões o muro
Desse mundo pardacento
Porque não mudas o rumo
Dessa vida em desalento
Deixa para trás o tormento
Não te olhes mais no espelho
Abraça o novo momento
Aceita este conselho
Aceita este conselho
Segue o teu coração
Deixa presa nesse espelho
Para sempre a frustração
Para sempre a frustração
De uma vida por viver
Entrega o teu coração
Faz o que tens que fazer
Desgarrada
Na paisagem Alentejana
Pela hora do meio-dia
Encontrei a avó Joana
Que queria companhia
Que queria companhia
Pra cantar à desgarrada
Respondi que não sabia
Que não estava preparada
Mas que grande trapalhada
Em que eu me fui meter
Fiquei tão atarantada
Que larguei a correr
Que larguei a correr
Só parei lá na chapada
Mas juro que vou aprender
A cantar à desgarrada
19 outubro, 2007
Mulher Alentejana
A mulher Alentejana
No seu jeito especial
Tem momentos que emana
Uma beleza sem igual
De beleza sem rival
Mulher de cor trigueira
Mulher que não tem igual
No seu jeito altaneira
Anda sempre na dianteira
No tempo nunca parou
Pega a vida de charneira
E à terra se entregou
Foi no campo que gerou
Debaixo dum sol abrasador
Os filhos que desejou
E que criou com tanto amor
Mulher de um certo pudor
Mulher de lutas travadas
Alentejana com sabor
A papoilas encarnadas
Menino Pobre
Repara naquela criança
Que brinca alegremente
Que nunca perde a esperança
De ser considerada gente
Parece que está ausente
Do seu mundo de pobreza
Esquece o estômago dormente
E a sua enorme fraqueza
Emana uma tal grandeza
Descalça foge da morte
Carrega no peito a certeza
De que um dia terá sorte
Num dia de vento norte
Sua vida irá mudar
Nem que seja para a morte
Seu corpinho vai descansar
Criança de triste penar
Que abraça a vida de frente
Pensa que Deus está a delirar
Pois esqueceu que ela é gente
Criança que ao ódio faz frente
Traz na alma escondida
Uma ilusão pendente
De que um dia muda de vida
06 outubro, 2007
Minha doce companheira
Noite silenciosa e escura
Tu trazes prá minha beira
Uma réstia de ternura
Uma réstia de ternura
Quando penso no meu dia
Entrei nos limiares da loucura
E dei asas à fantasia
Pode parecer fantasia
Mas meus sonhos puderam voar
Será que no novo dia
Eu não volto a tropeçar
Será que vou caminhar
E em frente vou seguir
Será que me vou encontrar
E não me vou iludir
Bem viva me quero sentir
Minha vida quero mudar
Eu quero voltar a dormir
E contigo quero sonhar
Loucura
Se o indomável é louco
Então eu sou louca varrida
Pois acho que perdi o pouco
Senso que tinha na vida
Mas como de sãos e de loucos
O velho ditado assim diz
Todos nós temos um pouco
Eu sou louca e estou feliz
Foi deus que assim quis
Que eu despertasse prá loucura
Acho que foi o melhor que fiz
Ao entrar nesta aventura
Suavemente e com brandura
Minha vida comecei a mudar
Nos meus versos coloquei ternura
E minha alma começou a brilhar
Para uma nova forma de amar
Eu desperto devagarinho
É tão bom voltar a sonhar
E a vida abraçar de mansinho
05 outubro, 2007
Filha
Minha filha pequenina
Filha que Deus me deu
Foi há seis anos neste dia
Que o mundo te conheceu
Foi assim que amanheceu
Que começou a correria
Quando tudo aconteceu
Foi a seguir ao meio dia
Meio dia hora sagrada
Hora de tanta alegria
Vieste ao mundo filha amada
E trouxeste a alegria
Ao pensar na alegria
De sentir o teu cheiro
Minha filha nesse dia
Foi como se fosse o primeiro
Foi como se fosse o primeiro
Dia da minha vida
Deus escreveu certeiro
Ao nasceres filha querida...
04 outubro, 2007
Felicidade onde estás
De manhã perguntei ao vento
Felicidade onde a posso encontrar
Ele respondeu no momento
Felicidade está em qualquer lugar
Felicidade onde a posso encontrar
Ele respondeu no momento
Felicidade está em qualquer lugar
Está no pássaro a voar
Está no olhar perdido
Está na criança a brincar
Basta apurares o sentido
Basta apurares o sentido
E a alegria deixares entrar
Basta apurares o ouvido
Para aprenderes a cantar
Para aprenderes a voar
Nunca podes esquecer
Que para poderes caminhar
Tens que o querer fazer…
Alentejo
No Alentejo terra dourada
Coberta de branco marfim
Deixo a alma encantada
Nesses caminhos sem fim
Por esses caminhos sem fim
Eu ando de lado em lado
Levo amor dentro de mim
E o sol como aliado
O sol é meu aliado
Na linha do horizonte
Nesse chão abençoado
No cimo daquele monte
No cimo daquele monte
É que eu vivo em desalento
Bebo água numa fonte
E deito as máguas ao vento
Deito as máguas ao vento
Liberto o meu coração
Mais parece um catavento
Minha alma em turbilhão
Minha alma em turbilhão
Encantada no sol-pôr
Vivendo na ilusão
De encontrar um grande amor
Coberta de branco marfim
Deixo a alma encantada
Nesses caminhos sem fim
Por esses caminhos sem fim
Eu ando de lado em lado
Levo amor dentro de mim
E o sol como aliado
O sol é meu aliado
Na linha do horizonte
Nesse chão abençoado
No cimo daquele monte
No cimo daquele monte
É que eu vivo em desalento
Bebo água numa fonte
E deito as máguas ao vento
Deito as máguas ao vento
Liberto o meu coração
Mais parece um catavento
Minha alma em turbilhão
Minha alma em turbilhão
Encantada no sol-pôr
Vivendo na ilusão
De encontrar um grande amor
03 outubro, 2007
««VELHO««
Velho de rugas profundas
Marcas dos anos passados
Já perdes-te a esperança
E estás nesse banco sentado
Vives triste abandonado
Pela vida maltratado
Com as amarguras sentidas
Vives do mundo isolado
Sem futuro e sem saída
Ao fazeres contas à vida
Uma lágrima quer cair
Ao pensares na triste sina
E que já não sabes sorrir
No dia que partires
Velho meu bom amigo
Tu vais voltar a rir
E vais deixar esse banco comigo
Tu
Procurei-te na paisagem
Gritando num lamento
Eras só uma miragem
Fruto do meu pensamento
Gritei teu nome ao vento
O vento meu grito levou
Desenhei teu rosto no tempo
E o tempo para mim parou
Enviei a minha mensagem
No canto da cotovia
Procurei a tua imagem
Em nuvens de fantasia
Vivi cada momento
Á espera de te encontrar
Encontrei o meu alento
Nuns versos por rimar
Depois de tanto esperar
Entras-te pela calada
Nos sonhos a saltitar
Nos braços da madrugada
Foi com a alvorada
Que chegas-te de mansinho
Pelas mãos de uma fada
Cruzas-te o meu caminho
02 outubro, 2007
Meu mundo
Mundo de amor esquecido
Mundo de mil tormentos
Pedaços quase perdidos
Na esfera do esquecimento
Mundo de mil tormentos
Pedaços quase perdidos
Na esfera do esquecimento
Na esfera do esquecimento
Ficam as ilusões
Isentas de reconhecimento
E cheias de frustrações
Mundo de contradições
Entre o certo e o errado
Que apertas os corações
Num delírio desafinado
Num delírio misturado
Com rimas e poesia
Meu triste mundo jogado
Nos braços da fantasia
Na força que sentia
Que me levava a sonhar
Ao mundo da poesia
Eu queria me entregar
01 outubro, 2007
Fantasia
Alguém me sabe explicar
O que é a fantasia
E porque teimamos em procurar
O que nos fugiu um dia
O que é a fantasia
E porque teimamos em procurar
O que nos fugiu um dia
Só temos por companhia
As nossas recordações
Porque fugiu a alegria
Destes pobres corações
São tantas as ilusões
De uma vida por viver
Alguém me sabe explicar
Porque temos que sofrer
E na hora de morrer
Deixamos a vida para traz
Uma nova página vamos escrever
Será que vamos ter paz….
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